quinta-feira, 8 de junho de 2006

A COPA

by DENIS Rivera

A Copa de 70 foi A COPA.


Talvez tenha sido a de nível técnico mais elevado de todas, com os melhores jogos e as melhores seleções. Talvez tenha tido a torcida mais fanática e participativa. Enfim ...
* Foi nessa Copa que aconteceu a primeira substituição da história.
* O brasileiro Jairzinho se tornou o primeiro, e até hoje único, atleta a marcar gol em todos os jogos da competição (sete gols em seis partidas).
* Os árbitros ganharam no México um instrumento de advertência até então inédito: os cartões amarelo e vermelho, isso por causa da TV colorida.
* Foi a primeira copa a cores e ao vivo para o mundo todo.
Para o Brasil foi o máximo! O período de ditadura militar era de recrudescimento da repressão e de tortura a presos políticos, e a TV levava para todo o país e para o exterior a imagem ufanista de uma nação plena de paz e prosperidade. O presidente da CBD (Confederação Brasileira de Desportos), João Havelange, devolveu a Zagallo o cargo de Saldanha. A mudança teria sido um pedido do governo militar, que não admitia um militante do extinto Partido Comunista em um cargo de tanta visibilidade. O desacreditado Brasil ressurgiu através da figura de Pelé, que consolidou nesse Mundial a condição - incomparável até a atualidade - de melhor jogador de futebol de todos os tempos. Era uma seleção de sonhos que até hoje é recoberta de mistérios ... mas todo mundo sabe que logo que o time chegou no México houve uma reunião com Pelé, Brito, Jairzinho, Gérson, Piazza e Carlos Alberto. Eram os veteranos que decidiram que todo o grupo deveria estar unido em torno de um objetivo: a conquista da Copa do Mundo. E queriam, a todo custo, aquele título porque, para eles seria o último Mundial. Nada de estrelismos nem de fofoquinha de um ou de outro. Estrela por estrela, todos queriam A COPA. Brito puxava a fila nos treinamentos. Dizia a todos que com uma boa preparação física a Seleção chegaria ao título porque o grupo tinha muita qualidade técnica. Brito se condicionou tanto que foi considerado o jogador de melhor preparação física do Mundial do México.
Outro jogador importante foi o Dario. Ele contava piadas, fazia brincadeiras com todo mundo, cantava. Quando ele chegava era só gozação.
Tinha Tostão. Um herói para os companheiros, por tudo que ele fez para jogar o Mundial. Tostão tinha levado uma bolada no olho e tinha tido descolamento de retina. Fez cirurgias, rigorosos e constantes tratamentos e nunca se descuidou da preparação física.
Naquele tempo, não tinha esse esquema “patrocínio” de hoje. Quem jogava ganhava material esportivo como agasalho, chuteira e tênis. O resultado financeiro da Copa 70 para cada jogador foi uma réplica da Copa do Mundo, uma medalha, uma soma em dinheiro que dava pra comprar uma casa em um bairro modesto de São Paulo, e um fusca, presente famoso do prefeito Paulo Maluf.
O Brasil foi o primeiro país a conquistar o tricampeonato e a taça Jules Rimet foi entregue definitivamente ao Brasil e ficou aqui até ... ser foi roubada e derretida. (ó céus ...)

Ninguém tasca!
Toda a linha de frente titular do Brasil jogava com a camisa 10 em seus clubes: Jairzinho, Gérson, Tostão, Pelé e Rivelino. Quando chegou a hora da inscrição do time para a Copa, ninguém questionou a primazia dada a Pelé



Pra quem pode
Pelé se tornou o primeiro jogador a ganhar três Mundiais (58, 62 e 70).
Os recordes
São tão fortes e tantos, que até hoje, 36 anos depois, em quase tudo que serve de parâmetro para Futebol, o paradigma é àquela COPA. Este ano, 2006, não sei quem pode superar Pelé ... não sei quem pode superar Jairzinho ... não sei quem isso ... e vai que vai.

1 Comments:

Blogger Fábio Bito Caraciolo said...

Júnior (acho que foi vc quem escreveu esse texto)...

eu não vivi a Copa de 70... eu vi os jogos pela TV, principalmente os jogos do Brasil...

é algo meio mágico, meio cinema mesmo. Parece que tudo aquilo foi criado por um diretor para que o "mocinho" Pelé fosse o herói da aventura de conquistar a terceira Copa do Mundo.

E o mais incrível é que não foi criado... foi de improviso... talento puro de 11 caras que fizeram história e deixam todos com mais de 35 anos certos de que o futebol depois de 70 virou uma tentativa de imitação daquele time de Zagallo...

Eu sou da geração de Ronaldo, não tenho muito o que discutir... ehehe

08 junho, 2006  

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