terça-feira, 6 de junho de 2006

A TAÇA E O CAPITÃO [2]

Desde 1946, em Poços de Caldas, o adolescente Mauro exibia estilo clássico. Em 1954 ganhou o apelido de Marta Rocha por ser bonito e elegante dentro e fora do campo.
Foi reserva de Bellini na Suécia. Quando convocado para o Chile, foi ao técnico Aimoré Moreira e disse com a peculiar tranqüilidade mineira, que não ficava mais na reserva. O treinador, vendo nessa exigência que o moral do atleta estava em alta e, quem sabe, temendo que ele pedisse dispensa do escrete, de pronto o fez titular da equipe. Daí, com a braçadeira de capitão, Mauro Ramos ergueu a Taça Jules Rimet do Bi no Chile.
Mauro Ramos morreu em setembro de 2002.
Desconfio que essa forçada de barra do Mauro prá cima do Bellini vazou. Essa atitude dele não foi nada elegante... e talvez até por isso Mauro seja o nosso capitão menos lembrado. Talvez também porque a Copa de 62 não tenha sido lá grande coisa. Começa que foi uma copa sem Pelé (se machucou). Garrincha foi a estrela máxima, mas aí, entra a nossa memória ingrata e sem tecnologia. Pouca gente viu Garrincha jogar e não existe filminho, vídeo, documentário, qualquer coisa do tipo, do que ele fez. Existe sim, mas pouquissima coisa. Até do próprio Pelé tem pouca coisa. É só pesquisar. No Google você praticamente não acha uma foto em preto e branco do Ronaldinho gaucho por ex. Do Garrrincha, a gente não acha colorida.
São coisas da tecnologia que podem fazer desaparecer o drible do mítico Garrincha.
Fazer o quê Cidadão?